Declaração de Veneza promove conceitos de comunicação de ciência, ciência aberta e ciência cidadã
Decorreu entre os últimos das 7 e 8 de junho, sob a chancela da UNESCO, a “Ocean Literacy World Conference“, importante evento transnacional que reuniu especialistas oceanográficos, incluindo expertos de diferentes ramos científicos, especialmente nas áreas de literacia e educação dos oceanos.
O encerramento dos trabalhos culminou na publicação da “Declaração de Veneza“, um alerta para a sociedade mundial acerca da importância dos oceanos para a sustentabilidade do planeta.
No documento expedido, os cientistas reconhecem diretamente a fulcral importância de conceitos como a comunicação de ciência, ou a necessidade da implementação de uma verdadeira ciência cidadã em prol da conservação dos oceanos no desenvolvimento da literacia e cultura oceânicas.
Estes desafios lançados no evento estão alinhados com os objetivos da Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e envolvem uma série de ações para a sua concretização, tais como:
- Tornar o planeamento político, urbano e costeiro mais participativo;
- Iniciar programas transdisciplinares para melhor compreender e informar o nosso comportamento;
- Desenvolver um novo modelo de Cultura Oceânica formal e não formal para uma audiência alargada, desde estudantes a educadores, mas também decisores políticos.
- Conseguir expandir a Cultura Oceânica de forma equitativa, diversificada e inclusiva, contribuindo para a sensibilização da complexa ligação entre a biodiversidade oceânica e o bem-estar humano;
- Promover programas de cocriação através da educação, especialmente entre comunidades vulneráveis.
- Salvaguardar a riqueza do patrimônio cultural marinho para reconstruir a identidade e a pertença, abrangendo aspetos tangíveis e intangíveis.
- A promoção de campanhas “de baixo para cima” para defender a importância de uma sociedade sobre o oceano.
Implementar estas medidas arrojadas exige um alargado esforço de investigadores, cientistas e professores, num âmbito que ultrapassa a esfera multidisciplinar. Para mobilizar a sociedade como um todo, torna-se necessário uma força de trabalho coordenada considerável. Isto é facilitado, tal como referido, com a efetiva adoção com conceitos como a ciência aberta, partilhando dados, investigação e, conclusões entre a comunidade científica; a comunicação de ciência, construindo “pontes” que traduzam as realizações científicas de forma acessível aos mais diversificados extratos socioculturais; a ciência cidadã, envolvendo a sociedade como parte ativa e comprometida com os resultados almejados.
A importância desta declaração pública reside no facto de não podermos falhar, sob risco de ameaça da sustentabilidade dos oceanos e, em última instância, da própria humanidade.
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