Indicadores de qualidade, quantidade, abertura e responsabilidade nas políticas de promoção em instituições de investigação

. 26 de Maio de 2022

A adoção de práticas de investigação abertas e responsáveis, para além da vontade do investigador, depende em larga medida da cultura da instituição em que este desenvolve a sua atividade e dos sistemas de recompensas e reconhecimento que a regulam.

Assim, no âmbito do projeto ON-MERRIT, procedemos a uma análise de uma amostra de 143 políticas de promoção em 107 instituições de investigação de 7 países (Áustria, Brasil, Alemanha, Índia, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos da América), para determinar até que ponto um conjunto 17 critérios – incluindo os relacionados com a avaliação qualitativa ou quantitativa da investigação, serviço à instituição ou profissão, e práticas de investigação abertas e responsáveis – estaria representado nessas mesmas políticas.

Embora a prevalência dos indicadores varie consideravelmente de país para país, no geral, constatamos que as práticas de investigação abertas e responsáveis são minimamente recompensadas e as práticas problemáticas de quantificação continuam a dominar o panorama na avaliação da investigação.

Em termos de indicadores mais tradicionais, de longe o indicador mais comum mencionado nas políticas foi o “serviço à profissão”, que inclui atividades como a organização de conferências ou a orientação de doutoramentos. Quase metade das políticas menciona a revisão por pares e atividades editoriais e as publicações científicas são frequentemente mencionadas, quer do ponto de vista quantitativo (número de publicações), quer qualitativo (qualidade das publicações, medida por indicadores métricos tradicionais como o fator de impacto ou o quartil da revista).

O desenvolvimento de software e o registo de patentes estavam bastante bem representados e encontrámos menções a elementos de RRI como interações com a indústria, envolvimento com o público e com decisores políticos. Já as menções a dimensões de género, o acesso aberto e a abertura de dados de investigação foram extremamente raras, demonstrando a necessidade de uma melhor representação destes indicadores nas políticas de investigação institucionais.

Leia o artigo na íntegra aqui: https://osf.io/preprints/metaarxiv/b9qaw/

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Sobre o Autor ()

Membro do Gabinete de Gestão de Informação Científica, Repositórios e Ciência Aberta dos Serviços de Documentação e Bibliotecas da Universidade do Minho.

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